NOTÍCIAS DE HOJE – 05/11/2021
Veja algumas notícias preparadas pela equipe do SAFRAS & MERCADO por meio da Agência SAFRAS
Agricultura
BIODIESEL: Entidades da agroindústria
nacional manifestam apoio
Entidades que representam a cadeia de
produtores e exportadores de proteína animal divulgaram, nesta quinta-feira
(04.11), um manifesto em apoio à manutenção do cronograma d.e mistura do biodiesel
ao diesel fóssil e a definição de um modelo de comercialização do
biocombustível para o próximo ano que não penalize o setor. O documento
assinado pelas entidades privadas e pela União Brasileira do Biodiesel e
Bioquerosene (Ubrabio) faz duas exigências ao governo: "Cumprimento
efetivo do cronograma da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel,
estabelecido pela Resolução n 16/2018 do Conselho de Nacional de Política
Energética, com previsibilidade e segurança jurídica, e estabelecimento de modelo
de comercialização para o Biodiesel adequado, com tributação neutra e que não
penalize a cadeia produtiva".
O manifesto destacou os impactos
positivos da produção do biodiesel no agronegócio que tem potencial "de
agregar valor às matérias-primas nacionais, interioriza a indústria, alavanca a
cadeia de processamento da soja com aumento da oferta e barateamento de farelo
proteico, essencial para a produção de rações favorecendo cadeias alimentares
de proteína e lácteos". O documento aponta várias externalidades positivas
proporcionadas pela produção de biodiesel que justificam a manutenção do
programa de produção do biocombustível. Entre as vantagens citadas estão
"os impactos positivos da balança comercial pela adição de biodiesel ao
diesel de petróleo e a consequente redução da. importação de diesel
fóssil".
As consequências positivas para vários
segmentos da cadeia produtiva do biodiesel também foram ressaltadas no
manifesto, principalmente a "transferência de renda pela aquisição da
indústria de biodiesel de matéria-prima oriunda de agricultores familiares, por
intermédio do Selo Biocombustível Social". O documento lembra que a
produção e uso do biodiesel "afigura-se como o maior programa de
transferência de renda para a agricultura familiar no Brasil e faz do Programa
Nacional de Produção de Biodiesel (PNPB) um exemplo no mundo em inclusão
produtiva".
O setor de tecnologia também foi citado no manifesto que ressalta "o papel do biodiesel na promoção, desenvolvimento e adoção de tecnologias sustentáveis no âmbito da Política Nacional dos Biocombustíveis - RenovaBio". O manifesto em defesa do biodiesel ressalta o impacto positivo do uso do biocombustível para melhorar a qualidade do ar e minimizar a poluição veicular. "O Biodiesel reduz a emissão de poluentes veiculares contribuindo significativamente para saúde humana e qualidade ambiental, especialmente nos centros urbanos, e reduz "entre 70 e 90% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)" em comparação com o diesel fóssil.
ARROZ: Embarque de 25 mil toneladas ao
México é confirmado
O primeiro resultado da missão
comercial do setor arrozeiro ao México, com a participação na Expo Antad &
Alimentaria, em Guadalajara, no fim do mês de outubro, foi confirmado na noite
desta quinta-feira. Foi anunciada a exportação de 25 mil toneladas de arroz com
casca para o país da América do Norte. Outras 50 mil toneladas estão sendo
negociadas e devem também ser fechadas nos próximos dias, totalizando 75 mil
toneladas do grão. De acordo com o presidente da Federação das Associações de
Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, o anúncio deste
negócio é fundamental para trazer uma referência ao mercado, e esta exportação
é a primeira de várias que serão realizadas. "Estamos colhendo os frutos do
nosso trabalho na Federarroz", destaca. O objetivo da missão envolveu a
importante interlocução com o mercado mexicano para conhecer melhor a real
necessidade de quantidade de arroz para o país. Este ano, o México oficializou
em abril a abertura da isenção de taxa de importação para o arroz em casca
brasileiro. Essa isenção foi para uma cota de 75 mil toneladas para que o arroz
seja comprado pelo México até o final deste ano.
MERCADO EUROPA: Bolsas fecham em alta
após dados fortes de emprego nos EUA
Os principais índices do mercado de
ações europeu fecharam o último pregão da semana em alta, após dados de emprego
melhores do que o esperado nos Estados Unidos, e refletindo uma temporada forte
de balanços. A analista do City Index, Fina Cincotta, destacou que esta foi uma
semana de ganhos, na medida em que "o Federal Reserve (Fed, o banco
central norte-americano) começou a reduzir as compras de títulos e as folhas de
pagamento não agrícolas superaram as expectativas". Mais cedo, a economia
dos Estados Unidos criou 531 mil postos de trabalho em outubro e a taxa de
desemprego caiu para 4,6%, de 4,8% em setembro. O número de vagas criadas ficou
acima da projeção dos analistas, que esperavam abertura de 450 mil vagas. A
taxa de desemprego veio abaixo da previsão, de 4,7%.
"Os dados foram divulgados depois que o presidente do Fed, Jerome Powell, disse no início da semana que o Fed está esperando por novas melhorias no mercado de trabalho para começar a aumentar as taxas de juros. Embora os dados estejam definitivamente se movendo na direção certa, é improvável que ainda induza um movimento por parte do Fed", disse ela. A Bolsa de Paris superou os 7 mil pontos pela primeira vez, em meio a resultados financeiros trimestrais positivos de empresas e na medida em que os bancos centrais se contiveram e não anunciaram apertos monetários significativos. Ontem, o Banco da Inglaterra (BoE) manteve a taxa básica de juros do Reino Unido inalterada em 0,1%
CARNES: ABPA & Apex-Brasil promovem
ação na maior feira da China
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) participará de hoje até 10 de novembro da China International Import Expo (CIIE), feira promovida pelo Governo Chinês, com a participação dos principais fornecedores e parceiros do país asiático. Durante a feira, a ABPA contará com um espaço exclusivo para a avicultura e suinocultura do país. Além de encontros de negócios, a ação contará com apresentação de materiais eletrônicos acessíveis por QR Code - atendendo aos protocolos preventivos à Covid-19, sem a distribuição de materiais impressos - com ampla divulgação dos atributos e diferenciais do setor produtivo brasileiro, com destaque especial à qualidade dos produtos, ao status sanitário e à sustentabilidade do setor. A ABPA ainda marcará presença com apresentação no China Chamber of Commerce of I&E of Foodstuffs, Native Produce and Animal By-Products (CFNA), congresso oficial que acontecerá no dia 07 (domingo), em paralelo à CIIE. Por vídeo gravado, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, reforçará os laços de confiança estabelecidos entre a avicultura e a suinocultura do Brasil, e o mercado importador chinês. "A CIIE é um evento que sinaliza como deverá seguir os negócios entre exportadores e o mercado chinês. É um momento de reforço de compromissos e de laços, fortalecendo nossa posição como auxiliadores da segurança alimentar da população chinesa", avalia Santin. Considerada a maior feira da China, a CIIE 2021 acontecerá no centro de exposições National Convention & Exhibition Center, em Xangai. Saiba mais sobre o evento pelo site https://www.ciie.org/zbh/en/.
CLIMA: Criação de mercado de carbono
poderá ser votada na segunda
Relatora do projeto que regulamenta o
mercado de compra e venda de créditos de carbono no Brasil (PL 528/21), a
deputada Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que a proposta poderá ser votada na
próxima segunda-feira. Foi convocada sessão deliberativa para segunda-feira
(8), às 18 horas, com pauta a ser divulgada. O texto, que cria o Mercado
Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), teve a urgência aprovada nesta
quinta-feira. Zambelli adiantou que vai negociar pontos da proposta que,
segundo ela, não cria um mercado obrigatório em função das desigualdades
regionais. "As regiões Sudeste e Sul estão preparadas para receber essa
obrigatoriedade do crédito de carbono do mercado de carbono. Porém, as regiões
Norte e Nordeste não estão preparadas por enquanto para receber esse mercado
obrigatório de crédito de carbono. E o que poderia acontecer? O problema de as
regiões mais pobres do País acabarem tendo que pagar para as regiões mais ricas
do País", afirmou.
A relatora explicou que o mercado será regulado por uma terceira parte, como uma bolsa de valores, sem interferência direta governamental. "Não vai haver controle governamental sobre o crédito de carbono. Isso é importantíssimo para dar mais tranquilidade para as pessoas jurídicas ou físicas que queiram comercializar os créditos de carbono. Estamos regulamentando os procedimentos de validação e verificação", disse Zambelli. Segundo Zambelli, a aprovação da proposta vai gerar uma sinalização positiva, especialmente durante a realização da Cúpula Mundial do Clima (Cop-26). "É importantíssimo que mostremos para o mundo que estamos preocupados com essa segurança jurídica e como vamos verificar esse crédito de carbono internamente", destacou. Zambelli, que é presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, participa da Cop-26, em Glasgow (Escócia). Autor do projeto, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) também integra a comitiva da Câmara à Cop-26. Ele comemorou a aprovação da urgência ao projeto e torce pela aprovação do mérito na segunda-feira. "Para que nós tenhamos na bagagem da nossa comitiva à Cop uma medida legislativa efetiva, de inserção do Brasil nesse esforço global de equilíbrio climático do planeta", disse.
CARNES: Recuperação sazonal do preço do
suíno não se concretizou – ABCS
A tão esperada alta do preço pago ao
produtor do último trimestre não se concretizou ao longo de outubro e é tímida
no início de novembro. O descompasso entre oferta e procura frente a uma crise
econômica que resulta em queda do poder aquisitivo da população, sem dúvida, é
um dos fatores determinantes desta situação. A exportação de carne suína in
natura tem ajudado a enxugar o mercado; após recordes de embarques em um só mês
(setembro/21 com mais de 100 mil toneladas) e aumento de mais de 15% (+ 113 mil
toneladas) no acumulado de janeiro a outubro de 2021 em relação ao mesmo
período do ano passado. Porém, o preço da carne suína in natura exportada em
outubro foi o menor do ano em dólar, fechando em US$ 2.292,00 por tonelada.
O maior preço exportado foi atingido em
junho, quando ultrapassou a marca de 2.600 dólares. Mesmo com a desvalorização
cambial dos últimos meses, esta queda de preço em dólar fez com que o valor da
carne exportada, em reais, se aproximasse muito do valor da carcaça no mercado interno
(SP), com um spread em outubro de pouco mais de 17%, o menor do ano. Cabe
lembrar que mais de 90% da carne suína exportada é na forma de cortes e menos
de 1% como carcaças inteiras, ou seja, é evidente que a atratividade da
exportação caiu muito e certamente alguns exportadores estão tendo prejuízo,
mas ainda assim têm na venda externa uma válvula de escape para não aumentar
ainda mais a oferta interna e pressionar os preços para baixo. Voltando ao
mercado interno, quando se analisa o comportamento dos preços das três
proteínas ao longo do ano, fica muito evidente que o frango e o boi gordo
mantiveram um viés de aumento ao longo do ano e que o preço da carcaça suína
ficou estável, com oscilações pequenas.
No caso da carne bovina, o recente
embargo chinês fez com que houvesse um recuo significativo nos preços, mas
ainda assim os preços desta proteína continuam em patamares históricos
elevados, ainda "descolados" das demais carnes. A oscilação do preço
da carcaça suína, que obviamente reflete no preço pago pelo suíno vivo, tem
apresentado uma espécie de sazonalidade ao longo do mês, com queda da procura
(e do preço) na segunda quinzena. Este é mais um sinal de que o poder
aquisitivo do brasileiro, corroído pelo desemprego e a inflação, impacta
diretamente na demanda pela carne suína, naquela máxima de que "o salário
termina antes do mês". Historicamente, os meses de novembro e dezembro são
de aumento de demanda por carne suína. Baseado nisto, e na maior flexibilização
das medidas restritivas da pandemia, muito pelo avanço da vacinação e redução
de casos de covid 19, espera-se que o preço pago pelo suíno aumente nas
próximas semanas a valores nominais superiores ao que se praticou nos últimos
meses. Entretanto, pelos prejuízos acumulados ao longo do ano, o balanço
financeiro de 2021, para os suinocultores independentes deve fechar no
vermelho.
Diante de tantos desafios para superar
o desequilíbrio entre oferta e demanda de carne suína, ao menos o custo de
produção tem dado uma trégua nas últimas semanas, com o recuo significativo do
preço do milho, impulsionado pela maior oferta decorrente da recente colheita e
do cancelamento de exportações. Em levantamento de custos realizado junto às
afiliadas, a ABCS identificou um aumento na relação de troca do preço do suíno
vivo frente o milho e farelo de soja; a média nacional indica que em outubro 1
kg de suíno vivo comprava 4,72 kg de milho ou 3,07 kg de farelo de soja, sendo
que a média acumulada do ano é de 4,55 e 2,70 respectivamente. Com a chegada
das chuvas em momento adequado e em volumes satisfatórios, o primeiro
levantamento da CONAB referente a safra 2021/22, publicado em 08/10, projeta
safra recorde de milho para o ano que vem e um estoque de passagem para janeiro
próximo maior do que o estimado em levantamentos anteriores. Já na primeira
safra (verão), que historicamente produz ao redor de 25 milhões de toneladas de
milho, já se espera volume recorde, próximo a 30 milhões de toneladas. Para o
presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o momento pede cautela e otimismo.
"Estamos fechando um ano de muitos desafios, mas também de muitas
conquistas para a suinocultura brasileira. O consumo de carne suína já vem
crescendo ao longo do ano e a demanda só tende a aumentar conforme nos
aproximamos das festas de fim de ano, assim como acontece tradicionalmente no
nosso país. Vamos nos manter atentos as oscilações de mercado e continuar
produzindo com excelência." As informações partem da assessoria de
imprensa da ABCS.
AÇÚCAR: NY sobe no dia e na semana,
acompanhando disparada do petróleo
A Bolsa de Mercadorias de Nova York
(ICE Futures US) para o açúcar bruto encerrou o pregão eletrônico com cotações
em alta. Os contratos com entrega em março/2022 encerraram o dia a 19,94
centavos de dólar por libra-peso, alta de 0,31 centavo (+1,6%) em relação ao
fechamento anterior, e acumulando ganho de 3,5% na semana. A posição maio/2022
fechou cotada a 19,64 centavos (1,3%). Em sessão volátil, o mercado passou a
subir, seguindo a valorização das cotações internacionais do petróleo e, ainda,
o fator câmbio, com o real se fortalecendo ante o dólar. Na máxima do dia, a
posição março chegou a encostar em 20 centavos, a 19,99 centavos. No entanto,
segundo operadores ouvidos pela Reuters, os futuros do açúcar seguem buscando
um melhor direcionamento, com as cotações oscilando dentro da linha de 18,50 e
20,50 centavos.
MILHO: Line-up prevê embarques em
novembro de 2,088 milhões de toneladas
O line-up, a programação de embarques
nos portos brasileiros, indica que poderão ser exportadas 2,088 milhões de
toneladas de milho em novembro, conforme levantamento de SAFRAS & Mercado.
Desse total, 125,2 mil toneladas já foram embarcadas. No acumulado de
fevereiro/21 a novembro/21, a programação de embarques aponta volumes de 14,632
milhões de toneladas de milho.