Com a palavra, Erika Seabra
Conheça Erika Seabra, médica veterinária e jovem empreendedora rural no trabalho com a criação de búfalos em Salvaterra, do estado do Pará, município localizado na Ilha do Marajó
Diversidade

“O trabalho com criação de búfalos entrou na minha vida de
Erika há mais de cinco anos. Como moro no município de Salvaterra, na ilha do
Marajó, os bubalinos fazem parte do cotidiano. Por aqui, os búfalos fazem parte
da economia e da paisagem há muito tempo.”
“Os animais são destinados para produção de leite e queijo
para o Marajó, somente para consumo próprio e de familiares. Tudo começou
quando entrei para o curso de Medicina Veterinária na UNAMA, já sonhando em
criar búfalos, mas de uma forma distante. Era um sonho que nem eu sabia que
tinha, pois não venho de família pecuarista. Então, quando não se é do meio,
tudo se torna um pouco mais difícil, ainda mais quando é uma mulher que está na
frente.”
“No decorrer da graduação, era falar a palavra Marajó e/ou
búfalo que, automaticamente, eu era lembrada ou mencionada. Colegas e
professores me chamavam de ‘a menina do Marajó que cria búfalos’. Tudo isso foi
crescendo e se expandindo. Devo muito a esse trabalho desenvolvido com
bubalinos.”
“Para fazer o grande mercado soberano da bubalinocultura
acontecer, não basta apenas trabalhar com quantidades e, sim, com a qualidade.
São detalhes importantes como sanidade, nutrição, genética e bem-estar animal,
pois esta é uma pecuária muito específica. Os bubalinos são de uma rusticidade,
manejo e docilidade diferentes das dos bovinos.
Saber lidar com esses detalhes favorece a criação em sua base, tornando
a atividade rentável como um todo.”
Sonho marajoara contemporâneo
“Lembro como se fosse hoje o meu primeiro trabalho com os
búfalos, fora da minha zona de conforto. Foi em uma propriedade no distrito de
Retiro Grande, em Cachoeira do Arari, na fazenda Paraíso. Fui como estagiária
de veterinária para fazer parte da comissão organizadora do evento Marajó
Búfalos. O trabalho era para assistência do controle leiteiro de búfalas e eu era
única mulher no meio dos técnicos e ordenhadores. Ali estava eu, uma mulher
ocupando um espaço e essa chance dada a mim. Este tipo de atividade fez com que
eu abrisse novas oportunidades para outras mulheres serem inseridas e conhecer
ainda mais sobre o mundo dos búfalos e o protagonismo feminino no Agro.”
“Concretizar um sonho, saber que eu contribuo para o
protagonismo feminino no Agro brasileiro, ser dona do meu próprio negócio e ser
inspiração para outras mulheres, principalmente jovens que, às vezes, temem em
iniciar um trabalho ou projeto no agronegócio é muito gratificante. A mensagem
que busco deixar é: Lute e persista no seu sonho, pois em algum momento da sua
vida, você será reconhecida pelo seu trabalho e pelo profissional que você é ou
será.”
*Os artigos completos podem ser lidos no site da Rede UMA: https://umaportodas.com.br/noticias/a-menina-do-marajo-que-cria-bufalos/